Ainda Estou Aqui ganha Oscars de Melhor Filme Internacional: O cinema brasileiro eleva seu patamar

Na noite deste domingo (02), o filme produzido pela Globoplay e dirigido por Walter Salles que já havia disputado o Grammy em 1999, estrelado por Fernanda Torres e Selton Melo, “Ainda Estou Aqui” ganhou o Oscars 2025 de melhor filme internacional.

O filme retrata a história que Rubens Paiva, descrita no Livro “Ainda Estou Aqui” de seu filho Marcelo Rubens Paiva, que mostra os horrores vividos por uma família durante a ditadura militar brasileira. Rubens era um ex-deputado que teve seus direitos políticos caçados, e por um suposto envolvimento contra o regime autoritário da época ele é preso, torturado e morto. O drama captura detalhes não tanto políticos, mas humanos e de enorme sensibilidade sobre o sofrimento de Eunice Paiva que vive o sumiço do esposo por mais de 10 anos, quando o Estado brasileiro emitiu seu atestado de óbito.

Com uma atuação gigantesca e de enorme sensibilidade emocional e veracidade, Fernanda Torres, que interprete a Eunice, concorreu também a melhor atriz, mas não levou a estatueta, além do próprio filme concorrer a melhor filme na última e mais esperada categoria.

Ainda Estou Aqui, será pra nós brasileiros o que Ayrton Senna foi para nós nas décadas de 80 e 90, o que a Seleção olímpica de vôlei foi entre os anos 90-00, o que a Rebeca Andrade foi e é para a ginastica: Inspiração, valorização e esperança. Por anos o cinema brasileiro foi tratado como um produto ruim e de última categoria, por nós brasileiros inclusive, o filme de Walter Salles com a estatueta de Melhor Filme Internacional mostra pra nós e para o mundo o gigantismo das produções brasileiras.

A obra levou mais de 5,2 milhões de brasileiros aos cinemas brasileiros, sendo a maior bilheteria dos filmes indicados ao Oscars, mostrando como o povo brasileiro se identificou com a reprodução cinematográfica, e além disso comprou a ideia de que esse é o melhor filme do ano, e para nós brasileiros continuará sendo.

Por fim destaco a irreverente e fantástica atuação de Selton Melo, como Rubens Paiva; e de como uma obra que nos leva para o passado obscuro de nosso país, revelando os horrores do autoritarismo oriundo da ditadura militar, mas não de forma documental como um documentário, mas sim com o drama do cinema, sem invenção de roteiros mas apenas expondo a realidade do regime: humano, sensível e real.

Viva o Cinema Brasileiro.

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